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Conjuntura atual mundial e relação entre crises ambientais, sociais e econômicas são temas do debate são pautas

  • Foto do escritor: WilFran Canaris
    WilFran Canaris
  • 24 de jun.
  • 2 min de leitura

O segundo dia da 27ª Conferência iniciou com os dirigentes da Fetrafi-SC, Dircéia Locatelli e Luiz Gubert, convidando o economista e mestre em Relações Internacionais, Daniel da Cunda, e o economista do Dieese, Nelson Karam, para compor a mesa. Logo após, foi exibido o vídeo “A Era dos Extremos”, referência do Concurso de Fotografia Jacir Zimmer, que está sendo promovido pela

Federação.


Em sua fala, Daniel da Cunda afirmou que “a conjuntura mundial mudou e não teremos mais um mundo como estávamos acostumados. Há transformações profundas e estruturais no sistema internacional, de reorganização, de rearranjo produtivo, institucional e sobretudo político, com muitos conflitos, muitas questões que mudam a nossa forma de nos posicionar no mundo diante de

tantas mudanças. Nesse sentido, as tarifas, por exemplo, do presidente Trump significam um duro golpe no sistema multilateral de comércio e países como o Brasil, por exemplo, vão ter que se reorganizar diante dos impactos na economia global que isso gera. No caso brasileiro, estamos sofrendo várias consequências das tarifas, sobretudo na indústria do aço e do alumínio, mas estamos diante de uma situação também, de iminência de queda no ritmo de crescimento econômico do Brasil e também uma perda de popularidade do governo diante de indicadores que aparentemente são positivos, no entanto não estão sendo sentidos pela população dessa maneira.”


Ele ainda destacou os desafios da transição da situação brasileira para a contemporaneidade, bem como os desafios dos trabalhadores. “É

fundamental encampar pressões contra processos de privatização de serviços públicos nas esferas federal, estadual e municipal, porque elas representam um duro golpe sobre o salário indireto dos trabalhadores, a possibilidade de acessar serviços públicos com qualidade.” E finalizou dizendo que “precisamos trabalhar cada vez mais na organização da classe trabalhadora porque esse contexto mundial de agitação deve servir de combustível, até porque muita coisa pode mudar e podemos tomar os rumos da mudança.


Podemos tomar sob as nossas mãos a condução do nosso próprio destino nesse cenário de mudanças estruturais pelo mundo.”


Já o economista do Dieese, Nelson de Chueri Karam, abordou a interligação entre crises ambientais, sociais e econômicas, partindo da realidade da categoria bancária. Destacou a concentração de riqueza e a urgência de superar a separação entre natureza e humanidade: “Precisamos superar a ideia de que os recursos naturais são inesgotáveis e isso passa, também, pelo mundo do trabalho.”


Ao relacionar a pauta ambiental ao contexto brasileiro e catarinense,

alertou para os impactos das mudanças climáticas no emprego, especialmente com o aumento da temperatura e perda de postos de trabalho. “O setor financeiro tem participação nesse processo, já que a maior parte do financiamento que vai para as atividades sustentáveis ou insustentáveis passa por ele.” Karam encerrou reforçando a importância da COP30, em 2025, e concluiu: “O meio ambiente também é um setor de disputa.”


Ao final da manhã, houve uma apresentação cultural com o comediante Michelangelo Mendonça.

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