A sexta década do sindicato
- WilFran Canaris
- 6 de ago.
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Na década de 80, O Bancário passou a divulgar notas de Ilson Dias criticando duramente uma oposição incipiente. A eleição seguinte ocorreu após a
cassação da gratificação semestral dos empregados do Besc. Daí, surgiu a Oposição Sindical Bancária (OSB), até que todos os membros da oposição em bancos privados foram demitidos. E assim acabou.
O caso do império de Ilson Dias fora anunciado nas eleições de 1983 e consolidou-se com o tempo. Em 1979, Florianópolis marcou o retorno aos tempos de resistência com uma manifestação popular contra o governo do presidente-general João Baptista de Oliveira Figueiredo. A campanha pelas Diretas-Já e o
processo de abertura reavivaram na população o gosto da democracia e da participação.
Além disso, a criação de novos atores políticos como o Partido dos
Trabalhadores (em 1978) e a gênese de movimentos populares e
sociais completaram o cenário de efervescência. O Sindicato dos Bancários de Florianópolis começaria a mudar de face em 1985, na primeira greve nacional da categoria após a ditadura militar. Nos anos seguintes, ganharia corpo um movimento para mudar a diretoria da entidade. O “novo sindicalismo” começava a fazer história em Florianópolis.
No final de 1985, nasceu o Movimento de Oposição Bancária. O indicativo de greve nacional já havia se espalhado nas agências de todo o país e o anúncio da assembleia no auditório da Prefeitura da Capital. Foi a primeira greve comandada por uma nova geração de lideranças, que começava, ali, a mudar a história do sindicato, que teria uma espécie de diretoria paralela. O núcleo que geraria o MOB passou a ser integrado por bancários da Caixa.
Em 1986, o MOB foi lançado oficialmente. Em abril, o MOB se elegeu com 2.258 votos. Da condição de oposição-direção paralela à de direção efetiva do Sindicato, havia um universo inteiro a superar. A gestão do MOB implantava ações políticas democráticas no sindicato. O desafio era dar ao sindicato o caráter de classe, de massa e de base defendido pela Central Única dos Trabalhadores. A decisão dos bancários de Florianópolis de filiarem seu sindicato à CUT viria em 30 de novembro de 1988, como resultado de um amplo processo de debates com a categoria.
A oposição à estrutura sindical oficial representada pelas diretorias da Federação dos Bancários e da CONTEC vinha desde o início do mandato. O Sindicato se desfiliou da FEEB na mesma assembleia de filiação à CUT e deflagrou um
processo que levaria à criação do Departamento Estadual dos Bancários da Central Única dos Trabalhadores, em 1990.
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