Principais fatos da última década do Sintrafi
- WilFran Canaris
- há 6 dias
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Para entender as lutas da última década do Sintrafi, é preciso contextualizar este período. Desde 2008, o mundo vive um aprofundamento da crise econômica do neoliberalismo e, como sempre, quando há crises econômicas, as soluções giram em torno da defesa do grande capital para preservar o lucro. Assim, o prejuízo fica com a maioria da população, ou seja, a classe trabalhadora. No Brasil não foi diferente.
A partir de 2008, começou uma pressão da grande mídia e do poder econômico para que o Estado brasileiro sofresse algumas reformas, até porque a população vinha elegendo governos que estavam resistindo a elas. Então, em 2016, um golpe foi armado com o impeachment da presidente Dilma Rousseff, que havia sido eleita em 2014 e se negava a fazer estas reformas.
A partir deste golpe, começam então as reformas que atacam os direitos do conjunto do povo. Houve uma Reforma Trabalhista no governo Temer que visava, única e exclusivamente, precarizar o mundo do trabalho. Esta Reforma, além de atacar direitos da classe trabalhadora, atacou também direitos coletivos como forma de reduzir os custos de produção e de enfraquecer as organizações sindicais para que estas não pudessem enfrentar este processo de ataques aos direitos. Aqui, entra a prevalência do negociado sobre o legislado, por exemplo.
Um dos principais ataques, e que a categoria bancária sente até hoje, por exemplo, foi o fim da ultratividade nos contratos de trabalho, que enfraqueceu a representação dos trabalhadores no processo de negociação, fazendo com que, se um acordo coletivo vencer e ainda não tiver uma proposta de renovação, ele deixa de valer. Portanto, esta é uma pressão no momento das negociações para as renovações dos acordos coletivos.
Além disso, a terceirização também reduziu os custos de produção, precarizando as relações de trabalho.
Como se não bastasse, teve a Reforma da Previdência, que dificultou a aposentadoria de grande parte da classe trabalhadora, tornando mais difícil, inclusive para as novas gerações, conseguirem chegar às idades mínimas, que foram aprovadas a partir desta Reforma, para se aposentar.
Neste período, também houve o avanço tecnológico que gerou uma certa desregulamentação do sistema financeiro nacional. A partir daí, foram criadas outras formas de transições bancárias que permitiram a criação de fintechs. Com a prestação de serviços delas, a redução de postos de trabalho na categoria se aprofundou, assim como o fechamento de agências aumentou.
Uma das consequências imediatas deste processo para a categoria é que os bancários, agora, têm que dar conta das atividades dos colegas que foram demitidos. Isso tem aumentado a pressão em cima dos trabalhadores e levado ao crescente número de adoecimento na categoria. A luta em defesa da saúde da categoria bancária também tem sido uma marca no último período.
Para resistir a todos estes ataques destes últimos dez anos, o Sintrafi atua em cinco grandes eixos de luta. O primeiro deles é a Campanha Salarial e a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho. A defesa do emprego e a luta contra a reestruturação é o segundo eixo de protagonismo da entidade.
O terceiro eixo trata da saúde, condições de trabalho e combate ao assédio. A defesa dos bancos públicos é o quarto eixo de atuação do sindicato. O quinto eixo é o enfrentamento às reformas e ataques aos direitos. O sindicato participou ativamente de mobilizações contra medidas do governo que afetam toda a classe trabalhadora, com destaque para as reformas ocorridas na última década, como a Reforma Trabalhista e Reforma da Previdência.
Em setembro de 2016, 17° dia de greve da Campanha Nacional, o Sintrafi se uniu a outras categorias em dia de paralisação nacional contra a retirada de direitos. Em abril de 2017, centenas de bancários da grande Florianópolis aderiram à Greve Geral no dia em que mais de 40 milhões de trabalhadores de todo o país paralisaram suas atividades contra o desmonte das reformas do governo Temer.
Esses são apenas alguns exemplos do último período, que tem sido de muita luta e resistência para tentar barrar os ataques à classe trabalhadora que buscam favorecer apenas o mercado e seus interesses financeiros. Ao completar seus 90 anos, o Sintrafi se orgulha de sua história e reafirma sua posição de resistência para o futuro.











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