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Os primeiros dez anos


O ano de 2025 começou e, com ele, as homenagens dos 90 anos do Sintrafi

Floripa se intensificam. A entidade completa 9 décadas em 13 de novembro deste ano. Portanto, esta edição da Folha Sindical inaugura uma série de matérias que buscarão resgatar os principais momentos do sindicato.


Nesta primeira abordagem, serão trazidos os acontecimentos mais marcantes da primeira década do sindicato, de 1935 a 1945, período inicial de fundação da entidade que passou pelo Estado Novo e a era Vargas, Primeira e Segunda Guerra Mundiais, o período da Guerra Fria, Ditadura Militar e a consequente

“abertura” do país.


O Sintrafi Floripa foi fundado no dia 24 de maio de 1935, na capital catarinense. A entidade teve sua origem marcada por atividades recreativas e assistencialistas, até atuar como defensora dos direitos dos trabalhadores e da cidadania. ​Nos primeiros 7 anos após sua fundação, foi liderada pelo funcionário do Banco

Nacional do Comércio (BNC), João Cândido Rodrigues.


A primeira década do sindicato foi marcada menos pela ação política que pela busca de integração e divertimento entre os bancários. João Cândido

Rodrigues presidiu a entidade até meados de 1942. Contido por limites de tempo, espaço e recursos financeiros, o sindicato restringia sua ação à capital catarinense.

De 35 a 45, alterou seus estatutos de conformidade às mudanças nas

legislações vigentes, mas não há registros de ter participado de greves organizadas pela direção dos principais sindicatos de bancários do país. Por volta de 1935, os bancários já tinham mais de uma década de experiências de organização sindical em outros pontos do país.


A primeira greve da categoria de que se tem notícia aconteceu em 1932 e envolveu os trabalhadores do Banco do Estado de São Paulo, em Santos e na Capital paulista, durando apenas dois dias. A greve contribuiu para um avanço fundamental na luta da categoria. Após a paralisação, o sentimento de que os bancários mereciam formas de organização próprias se consolidou em todo o país.


A agitação dos primeiros anos da década de 30 acabou nos primeiros meses de 1935. Medidas autoritárias e antissindicais do governo Vargas confinaram o país a mais um período de ditadura. Até o final do Estado Novo, em 1945, houve poucos avanços da organização dos bancários. Um deles foi a realização do I Congresso Nacional da categoria, em Pernambuco, em 1938.


Em 1935, o governo de Getúlio Vargas vivia turbulências em suas bases de sustentação política. Esfacelava-se lentamente a aliança entre os militares rebeldes de 1922 e 1924 e os políticos de oligarquias regionais de fora de São Paulo e Minas Gerais, que tornara possível a vitória da Revolução de 30. Os catarinenses sentiam que esvaziava a sua participação na fatia do poder.


Em março de 1941, uma assembleia geral com 31 bancários catarinenses (mais de 2/3 dos sócios) aprovou reforma do estatuto, conforme proposta feita por comissão eleita no final do ano anterior. O sindicato tinha 144 filiados, cujos dados pessoais foram enviados para a DRT junto com a nova proposta de estatuto.

A diretoria do sindicato era integrada por João Cândido Rodrigues, Rubens

Lehmkuhl e Nelson Moreira Netto. Em março de 1942, uma nova assembleia geral com 34 associados (mais de 2/ 3 dos quites) definiu nova reforma no

estatuto, em vista de não terem sido aceitos pelo DNT os estatutos aprovados na assembleia anterior.


Com isto, o sindicato entrava com tudo no modelo corporativista e, sob as graças de Vargas, seria condenado a permanecer debaixo das asas do Estado. A política

nacionalista de desenvolvimento econômico impulsionou o sistema financeiro a atividades de fomento, mas conduziu as instituições públicas a vícios que se tornariam permanentes.


Na próxima edição, a Folha Sindical irá seguir abordando os principais fatos que envolvem o Sintrafi Floripa na segunda década de existência. Acompanhe!

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