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A quarta década do sindicato

  • Foto do escritor: WilFran Canaris
    WilFran Canaris
  • 22 de abr.
  • 2 min de leitura
Rua Trajano  esquina com a Conselheiro Mafra na década de 30
Rua Trajano esquina com a Conselheiro Mafra na década de 30

A ditadura militar inaugurada em 1964 impôs uma nova legislação trabalhista voltada a atender a três objetivos: aumentar o controle direto do governo sobre os

sindicatos, fortalecer os aspectos corporativos da estrutura sindicalista pelo seu papel na construção nacional e na manutenção da coesão social e, por fim, o governo tentou transferir recursos dos trabalhadores para o desenvolvimento da indústria através de diversos tipos de programas de poupança forçada.


Amarrar a ação política das entidades sindicais era a meta para empresários brasileiros. Com o apoio de verbas internacionais, os golpistas prepararam uma legião de anticomunistas para ocupar os sindicatos antes e depois do golpe. Dirigentes foram cassados, presos e exilados; mas quem pensa que a ditadura só atingiu militantes comunistas, está muito enganado. A direção do sindicato jamais tivera uma maioria comunista e, no entanto, foi completamente desarticulada bem na chegada do golpe.


Os militares agiram rapidamente. Entraram no sindicato, reviraram os papéis e tudo que lembrasse o comunismo estava condenado a desaparecer. Quase trinta anos da entidade foram apagados pelos milicos. Era abril de 1964.


Bancários que, semanas antes, reuniram-se para discutir se entravam ou não em greve, agora alteravam as agendas para uma rotina militar: casa-trabalho-casa. Da diretoria do Sindicato, eleita em 1963 e formada exclusivamente por anticomunistas militantes, foram todos cassados, exceto o segundo tesoureiro, Enio Machado de Andrade, que ficou para contar a história. Nem por isso deixou de ser cassado.


A intervenção na entidade só não se consumou graças à mediação da DRT. O balanço do estrago causado pela ditadura nos registros históricos da entidade só foi feito quando Enio Andrade pôde voltar a entrar na sede da entidade. O prejuízo era irrecuperável. Parte dos documentos se salvou porque ficou escondida na Federação dos Bancários.


O sindicalismo em todo o país foi condenado a desaparecer sob a

ditadura. Mas nem todas as diretorias do sindicato se aconchegaram aos braços dos militares. Um núcleo de militantes do PCB teve a oportunidade de comandar a entidade por 3 anos, esboçando traços de resistência ao regime. O objetivo do grupo de retaguarda do PCB era manter uma ação política, sem eliminar o eixo assistencialista. Mas a diretoria foi se fragmentando e inviabilizando uma atuação mais efetiva.


Considerando que este período da ditadura é, infelizmente, um tema bastante atual na conjuntura política brasileira, você pode acessar o www.memoriadigitalsintrafifloripa.org para saber mais detalhes da história

do sindicato neste período.

 
 
 

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