Mudanças no mundo do trabalho, aliadas à Inteligência Artificial, impactam na qualidade de vida da classe trabalhadora
- WilFran Canaris
- 24 de jun.
- 2 min de leitura

O mundo do trabalho tem sofrido profundas mudanças nos últimos anos, resultado do avanço tecnológico de um lado e, de outro, das crises econômicas que fazem com que a classe patronal explore a mão de obra cada vez mais.
Também o poder econômico faz reformas no sentido de retirar direitos, além de exigir do trabalhador uma produtividade mais alta que, de forma crescente, vem gerando altos índices de adoecimentos.
Por isso, neste 1º de maio, a CUT e as demais centrais sindicais lutaram pela pauta de defesa da classe trabalhadora, como o fim da escala 6x1, por exemplo. É um absurdo as pessoas trabalharem 6 dias e ter apenas 1 de folga. Também foi pauta a redução da jornada de trabalho sem redução de salários como uma forma de gerar novos postos, já que a tecnologia tem ceifado uma quantidade enorme de postos de trabalho.
Além disso, a reivindicação da isenção do imposto de renda para quem ganha até 5 mil, porque é inaceitável um trabalhador assalariado ganhar 5 mil reais e ter que pagar imposto de renda quando, por outro lado, os super-ricos não sofrem
taxações e, inclusive, não pagam imposto de renda sobre dividendos de ações de empresas que eles possuem.
Todas as mudanças que vêm ocorrendo no mundo do trabalho, associadas agora à Inteligência Artificial, tendem a reduzir mais ainda os postos de trabalho, o que resulta, também, em vários tipos diferentes de vínculos, assim como vários
tipos de trabalhadores: o celetista de carteira assinada, o concursado do serviço público, o de aplicativo e um contingente enorme de trabalhadores que não tem vínculo empregatício com quem quer que seja através do fenômeno da terceirização e da pejotização, que reduzem cada vez mais direitos.
Na categoria bancária, por exemplo, cresce o número de adoecimento por conta da pressão pelo cumprimento de metas e sobrecarga de trabalho cada vez maior. Essa nova realidade faz com que a luta, no sentido de melhorar as condições de trabalho, garantir direitos e gerar novos postos de trabalho, seja pauta prioritária do conjunto dos movimentos sindicais e sociais, porque só assim é possível melhorar a qualidade de vida da classe trabalhadora.
Isso tudo precisa ser compreendido pelo governo de maneira geral e
também pelos sindicatos porque essa é a realidade atual. É com essa
realidade que se deve trabalhar e, a partir dela, melhorar as condições de vida dos trabalhadores que vivem exaustos, sobrecarregados e sem tempo para aproveitar sua família, sem tempo para se cuidar, sem tempo para lazer, como mostra a ilustração. E é por esta causa que o Sintrafi luta e seguirá lutando!
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