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A terceira década do sindicato

  • Foto do escritor: WilFran Canaris
    WilFran Canaris
  • 18 de mar.
  • 2 min de leitura
Agência do Banco do Estado de Santa Catarina – BESC (Arquivo Público/SC)
Agência do Banco do Estado de Santa Catarina – BESC (Arquivo Público/SC)

Em meados de 1950, os bancários iniciaram um processo de organização nacional, consolidado na criação da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Crédito (CONTEC), em 1958. Um ano antes, a categoria conquistara o atendimento a duas reivindicações históricas: a jornada de trabalho de seis horas para todos os bancários e a aposentadoria por tempo de serviço.


O início da década de 60 era marcado por greves de várias categorias com reivindicações semelhantes como reajustes salariais, fim da carestia, 13º salário e salário família. Os bancários lutavam pelo fim do trabalho aos sábados, estabilidade aos dois anos de serviço e discussão com o sindicato sobre a introdução de computadores nas empresas. Foi em torno dessas bandeiras e do reajuste salarial de 60% que os bancários voltaram a realizar uma greve

nacional, dois meses após a renúncia de Jânio.


O primeiro segmento da categoria a parar em todo o país foi o dos funcionários do BB que, desde o segundo governo Vargas, exerciam a hegemonia sobre o movimento sindical em praticamente todos os estados. Os bancários de Floripa entraram em greve. O presidente da entidade era Carlos Passoni Júnior. “A nossa gestão viveu uma época muito difícil, com constantes greves e a cautela de não se ter a infiltração de elementos de fora da classe do sindicato, o que era normal naquela época em outros órgãos de classe”, afirmou em 1981.


Naquela época, o sindicato representava cerca de 300 bancários. Em meados de 1961, Passoni Jr. foi sucedido na presidência por Carlos José Gevaerd, que comandou a adesão dos bancários de SC à greve de 1963. Quando Goulart livrou-se das amarras do parlamentarismo, o movimento sindical ganhou ainda mais vida.


Surgimento do Besc

Criado pela Lei 2.719, de 27 de maio de 1961, com o nome de Banco de Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina (BDE), o Besc nascia como o eixo em torno do qual o governador pretendia executar seu programa de mandato. Era 21 de julho de 1962 e, naquela data, Celso Ramos inaugurava um empreendimento tipicamente capitalista: a primeira agência do BDE.


O impacto mais imediato foi financeiro e institucional. Poucos anos depois da sua criação, os trabalhadores da instituição iriam compor o maior contingente da base do sindicato, com efeitos diretos sobre o orçamento da entidade e sobre a representatividade política na direção sindical, no início da década de 70, surgiram os primeiros dirigentes besquianos.

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