A Campanha Nacional dos Bancários está entrando em um período decisivo. Isso
porque os Acordos Coletivos de Trabalho (ACTs) por bancos e a Convenção
Coletiva de Trabalho (CCT) não contam mais com a ultratividade, mecanismo que
garantia que, enquanto um novo acordo era negociado, valiam as cláusulas com
conquistas relacionadas às condições de trabalho, benefícios, reajustes salariais,
piso salarial, jornada de trabalho, vale refeição, vale-transporte e plano de
saúde, entre outros benefícios.
Isso significa que, no próximo dia 31 de agosto, os nossos ACTs vencem e não
são mais prorrogados automaticamente. Portanto, a categoria tem apenas este
mês para fazer as negociações e fechar um novo ACT. Desde a Reforma Trabalhista, o movimento sindical vem propondo para a Fenaban, em todas as campanhas nacionais, que seja assinado um pré-acordo em que, entre várias
cláusulas, constaria que, enquanto o próximo Acordo não estiver fechado, o
último ACT continuaria valendo. Isso significaria a ultratividade na prática.
No entanto, desde 2018, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), a partir
da Reforma Trabalhista, insiste em não assinar o pré-acordo porque seria apostar
que não se conseguiria chegar a um acordo no processo de negociação até
agosto, argumentando que a Federação acredita que isso seria possível. A
verdade é que a Fenaban acaba se utilizando deste argumento para
pressionar os trabalhadores.
E este ano não está sendo diferente! Na primeira rodada de negociação, o
movimento sindical insistiu na tentativa de assinatura do pré-acordo, mas a Fenaban, novamente, resistiu em assinar. Na prática, isso significa que, do
ponto de vista legal, os ACTs e a CCT vencem no dia 31 de agosto e, portanto,
até lá, é preciso que as negociações estejam finalizadas.
Na medida em que os dias vão passando, faz-se necessário, portanto, intensificar a
pressão e a mobilização como forma de cobrar um retorno urgente dos bancos.
A divulgação dos lucros dos bancos do primeiro semestre deste ano já começa a
ser noticiada e, como sempre, são extraordinários e vem crescendo constantemente. Portanto, os bancos devem valorizar a categoria e atender
as reivindicações porque, como já se sabe, estes lucros exorbitantes são fruto
do trabalho de cada bancária e de cada bancário.
As mesas de negociação sobre as cláusulas econômicas, tema de extrema
relevância, também já iniciaram e é preciso pressionar muito para que haja
avanços. Principalmente após o debate sobre as cláusulas de saúde, em que,
infelizmente, os bancos não reconheceram que é a forma de gestão do trabalho que tem adoecido a categoria. Os bancos vêm negando a própria realidade!
Agora, sobre as questões econômicas, baseado na alta lucratividade que já vem
sendo divulgada, a reivindicação será pelo aumento da participação nos lucros
e também por aumento real. Portanto, é preciso estar atento para este momento
de esgotamento do tempo de campanha e aumentar as mobilizações. A
categoria deve atender aos chamados de participação das ações da campanha, que vêm sendo organizadas a nível nacional semanalmente. As ruas e as redes sociais das entidades que representam os trabalhadores devem ser tomadas por
este assunto diariamente.
Um bom e fácil exemplo de como você pode fazer a sua parte é participar dos
tuitaços, que vem acontecendo sempre nos dias das negociações, e até mesmo
das atividades de ruas que os sindicatos estão organizando. É preciso
que se chame a atenção da opinião pública para o que está acontecendo:
um setor que tem altíssima lucratividade e, no processo de negociação, sempre
tenta arrochar mais a categoria.
Lamentável!
É hora de tomar as ruas e as redes sociais! Colega bancária e colega bancário,
junte-se a esta luta, que também é sua, e venha pressionar os bancos pela garantia
e ampliação de seus direitos! A hora é agora!
Comentários